Não é desconhecido de ninguém que brasileiro gosta de uma fila. Brasileiro não pode ver uma que se coça de vontade de encará-la. Fala-se, inclusive, daqueles que enfrentam-na tão-somente para saber a sua serventia.
O mais engraçado não é isso! Já perceberam como é a cara do brasileiro na fila? Fica sério, todo cheio de si, gabando-se de estar ali respeitando-a. No fundo, sente-se bem com aquela situação. Quem está na fila tem o costume de ficar olhando para os lados, vigiando se alguém vai tentar furá-la. Se isso acontecer sempre vai ter um para ensinar aos demais como agir nestas situações.
E as conversas que surgem nas filas? Versam, principalmente, sobre as pessoas que têm a missão de atender os que ali estão. Brasileiro diverte-se muito falando mal daqueles que ficam atrás do balcão.
O brasileiro precisa tanto de fila que os legisladores criaram as preferenciais. Somente idosos, gestantes, portadores de necessidades especiais podem utilizá-las. A inveja é grande e volta e meia dá briga.
O brasileiro precisa tanto de fila que os legisladores criaram as preferenciais. Somente idosos, gestantes, portadores de necessidades especiais podem utilizá-las. A inveja é grande e volta e meia dá briga.
Ainda há lei limitando o tempo na fila em quinze minutos. Com certeza, vai ter gente chiando. É muito pouco tempo para quem está acostumado ficar, às vezes, horas!
Falta só instituir o dia da fila. Tem que ser feriado nacional ou coincidir com um deles. Talvez pudesse coincidir com o da Independência do Brasil ou da Proclamação da República, quando as fileiras das forças armadas costumam dar o ar da graça.
O certo é que a fila se tornou uma instituição tipicamente brasileira e, como tal, deve continuar sendo respeitada, admirada e enaltecida por todos nós.
Viva a fila!Autor: Glauco Antônio de Araújo ( http://www.recantodasletras.com.br/artigos/907835 )
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